Ontem.
Um banco de 24 horas. Esta semana vou passar mais tempo no hospital do que gostaria. Vinte e quatro horas com adrenalina quanto baste. Quatro reanimações com a primeira a exigir muito de nós. Entubação, massagem cardíaca, desfibrilhação, mais massagem cardíaca, olhos pregados no monitor, dedos na carótida, acalmia. Em sucessão. A sensação de ter recuperado uma vida. O passar o dia de volta dele e dos outros, mas mais dele porque não queríamos deitar tudo por terra. Deixámo-lo vivo, entregue aos que entram.
Hoje.
De volta à enfermaria. A ver a chuva e as ondas, entre alguns dedos de conversa com os nossos doentes.
Parabéns pela forma como expões o lado técnico e emocional da tua profissão.
Da minha parte obrigada por saber que há profissionais assim.
E a mim recordou-me que o cinzento dos meus dias e o mar revolto na minha cabeça pode acabar num pôr-do-sol luminoso sobre um mar chão quando leio posts como este.
Certamente um bom local de trabalho com uma magnifica vista. E salvar as pessoas que por aí passam deve ser a elicidade máxima.